Texto será promulgado nos próximos
dias. PEC paralela volta à Câmara
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil Brasília

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Depois de
oito meses de tramitação no Congresso Nacional, o Plenário do Senado concluiu,
no início da tarde de hoje (23), a votação em segundo turno da proposta de
emenda à Constituição (PEC) que reforma a Previdência. O texto principal havia
sido aprovado ontem (22) à noite. Os dois primeiros destaques foram rejeitados, mas a
votação do último destaque ficou para esta quarta-feira.
O texto
será promulgado nos próximos dias, com os pontos aprovados pelo Senado e pela
Câmara. Uma PEC paralela, com modificações sugeridas pelos senadores, ainda
precisa ser aprovada pelo Senado, antes de voltar à Câmara.
O
fatiamento ocorreu para evitar que a reforma inteira retornasse para a Câmara
dos Deputados. Segundo o Senado, o texto aprovado em segundo turno vai resultar
em economia de R$ 800,2 bilhões nos próximos dez anos. O valor é inferior à
proposta original do governo, que pretendia economizar R$ 1,236 trilhão em uma
década, e à proposta aprovada na Câmara, que previa economia de R$ 933,5
bilhões no mesmo período.
O
relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-SP) previa impacto fiscal positivo
de R$ 876,6 bilhões. No entanto, a aprovação de um destaque, durante a votação
em primeiro turno, retirou as restrições ao pagamento do abono salarial e
desidratou a reforma em mais R$ 76,4 bilhões.
A PEC
paralela, no entanto, prevê a recomposição de parte do impacto fiscal da
reforma da Previdência por meio do fim de isenções para setores da economia e
da criação de contribuições de micro e pequenas empresas, que renderiam R$ 155
bilhões ao governo nos próximos dez anos. O texto paralelo também prevê a
geração de economia de R$ 350 bilhões a prefeituras e governos estaduais, ao
reincluir os estados e os municípios na reforma.
Confira a versão final da reforma da
Previdência e o que foi para a PEC paralela
Trabalhador
urbano
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: idade mínima de 62 anos
para mulheres e 65 anos para homens após o período de transição, com tempo
mínimo de contribuição de 15 anos para mulheres e 15 anos para homens que já
contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Trabalhadores homens
da iniciativa privada que ainda não entraram no mercado de trabalho terão de
contribuir por pelo menos 20 anos.
·
PEC paralela: homens que ainda não entraram no mercado de
trabalho também continuarão contribuindo por 15 anos.
·
Impacto fiscal da PEC paralela: relatório não prevê impacto
·
Servidor
público federal
·
Proposta do governo aprovada pela Câmara e pelo
Senado: idade
mínima de 62 anos para mulheres e de 65 anos para homens após o período de
transição, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos para ambos os sexos e
idades mínimas de aposentadorias para o serviço público federal. As idades
mínimas continuarão fixadas na Constituição, com demais parâmetros definidos
por lei complementar a partir da promulgação da reforma.
·
Alíquotas
progressivas
·
Proposta do governo aprovada pela Câmara e pelo
Senado: unificar
as alíquotas da contribuição para a Previdência dos trabalhadores da iniciativa
privada e para os servidores públicos. Contribuição passará a incidir sobre
faixas salariais, com alíquotas menores para quem ganha menos e alíquotas
maiores para quem ganha mais.
Quem recebe um salário mínimo na ativa pagará 7,5%, contra 8% atualmente. Quem ganha de R$ 998,01 a R$ 2 mil pagará de 7,5% a 8,25% de alíquota efetiva. Trabalhadores da iniciativa privada que contribuem sobre o teto do INSS pagarão alíquota efetiva máxima de 11,68%. Para os servidores federais, que contribuem sobre todo o salário, as alíquotas efetivas sobem ainda mais. O servidor que recebe R$ 39 mil contribuirá com alíquota efetiva de 16,79%.
Quem recebe um salário mínimo na ativa pagará 7,5%, contra 8% atualmente. Quem ganha de R$ 998,01 a R$ 2 mil pagará de 7,5% a 8,25% de alíquota efetiva. Trabalhadores da iniciativa privada que contribuem sobre o teto do INSS pagarão alíquota efetiva máxima de 11,68%. Para os servidores federais, que contribuem sobre todo o salário, as alíquotas efetivas sobem ainda mais. O servidor que recebe R$ 39 mil contribuirá com alíquota efetiva de 16,79%.
·
Regra de
transição
·
Proposta do governo: no Regime Geral de
Previdência Social (RGPS), que abrange os trabalhadores do setor privado, a
proposta de emenda à Constituição (PEC) prevê quatro regras de transição para o
setor privado: sistema de pontos por tempo de contribuição e por idade;
aposentadoria por tempo de contribuição para quem tem pelo menos 35 anos de
contribuição (homens) e 30 anos (mulheres); tempo menor de contribuição para
quem alcançar a aposentadoria por idade pelas regras atuais; e pedágio de 50%
sobre o tempo faltante pelas regras atuais, desde que restem menos de dois anos
para a aposentadoria.
Para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), dos servidores públicos, o texto estipula um sistema de pontuação que permitiria a aposentadoria a partir dos 61 anos para homens e 56 anos para mulheres. A partir de 2022, as idades mínimas subiriam para 62 anos (homens) e 57 anos (mulheres). Nesse caso, no entanto, os servidores receberiam um valor mais baixo. Os trabalhadores públicos que entraram até 2003 precisariam trabalhar até 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) para terem direito à integralidade (último salário da ativa) e paridade (mesmos reajustes salariais dos ativos).
Para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), dos servidores públicos, o texto estipula um sistema de pontuação que permitiria a aposentadoria a partir dos 61 anos para homens e 56 anos para mulheres. A partir de 2022, as idades mínimas subiriam para 62 anos (homens) e 57 anos (mulheres). Nesse caso, no entanto, os servidores receberiam um valor mais baixo. Os trabalhadores públicos que entraram até 2003 precisariam trabalhar até 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) para terem direito à integralidade (último salário da ativa) e paridade (mesmos reajustes salariais dos ativos).
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: acréscimo de regra de transição
que valerá tanto para o serviço público como para a iniciativa privada. Os
trabalhadores a mais de dois anos da aposentadoria terão um pedágio de 100%
sobre o tempo faltante para ter direito ao benefício, desde que tenham 60 anos
(homens) e 57 anos (mulheres) e 35 anos de contribuição (homens) e 30 anos de
contribuição (mulheres). No caso dos servidores públicos que entraram antes de
2003, o pedágio dará direito à integralidade e à paridade.
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Gatilho
na idade mínima
·
Proposta do governo: Constituição definiria um
gatilho automático que elevaria as idades mínimas de quatro em quatro anos,
conforme o aumento da expectativa de vida.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: retirado o mecanismo de
ajuste. Novas alterações das idades mínimas terão de exigir mudança na
Constituição.
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Aposentadoria
rural
·
Proposta do governo: idade mínima de 60 anos
para a aposentadoria de homens e mulheres, com 20 anos de tempo de contribuição
para ambos os sexos.
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Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: tema retirado na comissão
especial da Câmara. Mantidas as regras atuais, com 55 anos para mulheres e 60
anos para homens, incluindo garimpeiros e pescadores artesanais. Apenas o tempo
mínimo de contribuição para homens sobe para 20 anos, com a manutenção de 15
anos para mulheres.
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PEC paralela: manutenção do tempo mínimo de contribuição de
15 anos para trabalhadores rurais homens.
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Impacto fiscal da PEC paralela: não divulgado.
·
Professores
·
Proposta do governo: idade mínima de 60 anos de
idade para a aposentadoria de homens e mulheres, com 30 anos de tempo de
contribuição.
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Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: idade mínima de
aposentadoria reduzida para 55 anos (homens) e 52 anos (mulheres), com
cumprimento do pedágio de 100%. Benefício vale para professores federais, da
iniciativa privada e dos municípios sem regime próprio de Previdência.
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Capitalização
·
Proposta do governo: Constituição viria com
autorização para lei complementar que institui o regime de capitalização.
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Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: tema retirado.
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Benefício
de Prestação Continuada (BPC)
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Proposta do governo: idosos de baixa renda
receberiam R$ 400 a partir dos 60 anos, alcançando um salário mínimo somente a
partir dos 70.
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Proposta aprovada pela Câmara: retirada da limitação de R$
400 para quem tem menos de 70 anos; inclusão de medida para combater fraudes no
BPC, com especificação na Constituição de renda familiar per capita de
até um quarto do salário mínimo (R$ 249,50 em valores atuais) a partir dos 65
anos para ter direito ao benefício.
·
Proposta aprovada pelo Senado: retirada da medida
antifraude, permitindo que pessoas com renda familiar per capita maior
continuem tendo acesso ao benefício, que continuaria a ser de um salário mínimo
a partir dos 60 anos. Texto não volta para a Câmara.
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Impacto fiscal da mudança no Senado: -R$ 22 bilhões em dez anos.
·
Pensão
por morte
·
Proposta do governo: pensão por morte começaria
em 60% do salário de contribuição, aumentando 10 pontos percentuais por
dependente até chegar a 100% para cinco ou mais dependentes. Retirada da pensão
de 100% para dependentes com deficiências intelectuais ou mentais. Apenas
dependentes com deficiências físicas receberiam o valor máximo.
·
Proposta aprovada pela Câmara: pensão de pelo menos um
salário mínimo para beneficiários sem outra fonte de renda, sem exigência de
comprovação de renda dos demais membros da família.
Pagamento de 100% para beneficiários com dependentes inválidos (deficiência física, intelectual ou mental) e para dependentes de policiais e agentes penitenciários da União mortos por agressões em serviço e qualquer circunstância relacionada ao trabalho, como acidentes de trânsito e doenças ocupacionais.
Pagamento de 100% para beneficiários com dependentes inválidos (deficiência física, intelectual ou mental) e para dependentes de policiais e agentes penitenciários da União mortos por agressões em serviço e qualquer circunstância relacionada ao trabalho, como acidentes de trânsito e doenças ocupacionais.
·
Proposta aprovada pelo Senado: nenhuma pensão poderá ser
menor que um salário mínimo, em qualquer circunstância. Essa parte do texto não
volta para a Câmara
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PEC paralela: cota dobrada, de 20 pontos percentuais, na
pensão por morte para os dependentes de até 18 anos de idade. Dessa forma, a
pensão será de 100%, por exemplo, no caso de uma mãe com dois filhos menores de
idade. Possibilidade de acúmulo de pensões em caso de dependente com
deficiência intelectual, mental ou grave.
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Impacto fiscal das mudanças no texto principal: -R$ 32 bilhões em dez anos
com piso universal de um salário mínimo.
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Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 8 bilhões com cota
dobrada para dependentes menores de idade; -R$ 2 bilhões a -R$ 3 bilhões com
acúmulo de pensões
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Aposentadoria
por invalidez
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: Aposentadoria por invalidez
passa a ser de 60% da média salarial mais 2% por ano de contribuição que
exceder 20 anos, como no cálculo do valor das aposentadorias em geral.
·
PEC paralela: acréscimo de 10% na aposentadoria por
invalidez em caso de acidente de trabalho. Aposentadoria de 100% do valor em
caso de doença neurodegenerativa ou incapacidade que gere deficiência.
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Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 7 bilhões em dez anos por
acréscimo de 10% para acidentes de trabalho e –R$ 5 bilhões por aposentadoria
por doenças neurodegenerativas e deficiências.
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Aposentadoria
especial para expostos a agentes nocivos
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Proposta aprovada pela Câmara: aposentadoria quando soma da
idade, do tempo de contribuição e do tempo de efetiva exposição a agentes
nocivos atingir 66 pontos e 15 anos de efetiva exposição, 76 pontos e 20 anos
de efetiva exposição e 86 pontos e 25 anos de efetiva exposição. Com acréscimo
de um ponto por ano a partir de 2020.
·
Proposta aprovada pelo Senado: retira a regra de elevação
dos pontos. Texto não volta para a Câmara.
·
Impacto fiscal da mudança no Senado: -R$ 6 bilhões em dez anos
·
Aposentadoria
especial por periculosidade
·
Proposta do governo aprovada pela Câmara: texto vedava expressamente
aposentadoria especial para atividades enquadradas por periculosidade, como
vigilantes. Segundo governo, direito não é garantido na legislação atual, mas a
equipe econômica queria explicitar a proibição na Constituição.
·
Proposta aprovada em segundo turno pelo Senado: retira proibição expressa,
sob condição de o governo enviar um projeto de lei para regulamentar o tema e
evitar a judicialização (onda de ações na Justiça) do tema.
·
Impacto fiscal da mudança no Senado: nenhum, porque acordo evitará
onda de ações judiciais que provocariam impacto de até -R$23,2 bilhões e porque
conta da reforma divulgada pelo governo nunca considerou a economia com a
proibição expressa
·
Abono
salarial
·
Proposta do governo: pagamento restrito aos
trabalhadores formais que ganham um salário mínimo, contra dois salários
mínimos pagos atualmente.
·
Proposta aprovada pela Câmara: pagamento aos trabalhadores
de baixa renda (até R$ 1.364,43 em valores atuais).
·
Proposta aprovada em primeiro turno pelo Senado: retirada da restrição ao
abono salarial, que continuará a ser pago aos trabalhadores de carteira
assinada que ganham até dois mínimos.
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Impacto fiscal da mudança no Senado: -R$ 76,4 bilhões em dez
anos
·
Salário-família
e auxílio-reclusão
·
Proposta do governo: pagamento restrito a
beneficiários com renda de um salário mínimo.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: pagamento a pessoas de baixa
renda (até R$ 1.364,43 em valores atuais).
·
Cálculo
de benefícios
·
Proposta do governo: benefício equivalente a 60%
da média de contribuições em toda a vida ativa, mais dois pontos percentuais
por ano que exceder os 20 anos de contribuição.
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Comissão especial da Câmara: inclusão de parágrafo no
Artigo 27 para eliminar falha que faria trabalhador que tenha contribuído por
mais de 20 anos, porém com salário menor a partir do 21º ano, conquistar
aposentadoria menor do que segurado que tenha contribuído por apenas 20 anos.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: valor da aposentadoria de
mulheres da iniciativa privada começará a subir dois pontos percentuais por ano
que exceder 15 anos de contribuição. Aposentadoria de homens só começará a
subir depois de 20 anos de contribuição. Mudança permite a mulheres receber
aposentadoria de 100% do salário médio com 35 anos de contribuição – cinco anos
antes dos homens.
·
Reajuste
de benefícios
·
Proposta do governo: eliminava trecho da
Constituição que preservava a reposição das perdas da inflação.
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Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: manutenção do reajuste dos
benefícios pela inflação.
·
Contagem
de tempo
·
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: parágrafo que impede a
contagem de tempo sem o pagamento das contribuições. Recentemente, o Tribunal
de Contas da União (TCU) decidiu que os juízes podem considerar, no tempo de
contribuição, os anos em que exerciam a advocacia e não contribuíam para a
Previdência.
·
Incorporação
de adicionais
·
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: extensão aos estados e
municípios da proibição de incorporar adicionais por cargo de confiança ou em
comissão ao salário dos servidores, vedação que existe em nível federal.
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Acúmulo
de benefícios
·
Proposta do governo: limite para acúmulo de benefícios
a 100% do benefício de maior valor, somado a um percentual da soma dos demais,
começando em adicional de 80% para um salário mínimo e caindo para 0% acima de
benefícios de mais de quatro salários mínimos. Médicos, professores,
aposentadorias do RPPS ou das Forças Armadas ficam fora do limite por terem
exceções estabelecidas em lei.
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Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: altera para 10% adicional
para benefícios acima de quatro salários mínimos, mantendo os demais pontos.
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PEC paralela: possibilidade de acúmulo de pensões em caso
de dependente com deficiência intelectual, mental ou grave.
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Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 2 bilhões a -R$ 3
bilhões em dez anos.
·
Previdência
complementar
·
Proposta aprovada pela Câmara: não prevê que servidores
federais optem pelo sistema de previdência complementar, administrado pela
Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp).
Prazo acabou em 29 de março deste ano.
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PEC paralela: reabertura, por seis meses a partir da
promulgação da reforma, do prazo para migração para o regime de previdência
complementar dos servidores federais, com pagamento de contrapartida do governo
federal.
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Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 20 bilhões em dez anos.
·
Aposentados
de estatais
·
Proposta do governo: servidores públicos
federais e empregados de estatais que continuem a trabalhar depois de se
aposentarem deverão escolher receber o salário ou a aposentadoria, ressalvados
os casos permitidos pela Constituição.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: servidores públicos
federais terão de optar por aposentadoria ou salário, mas empregados de
estatais deverão ser desligados automaticamente ao se aposentarem. Aposentados
atuais podem continuar trabalhando nas empresas públicas.
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Encargos
trabalhistas
·
Proposta do governo: possibilidade de incidir
desconto para a Previdência sobre vale-alimentação, vale-transporte e outros
benefícios trabalhistas.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: tema retirado.
·
Policiais
que servem à União
·
Proposta do governo: a categoria (que abrange
policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais legislativos e
agentes penitenciários federais, entre outros) se aposentará aos 55 anos de
idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira,
independentemente de distinção de sexo.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: idade mínima de 53 anos
para homens e 52 anos para mulheres para o policial que cumprir 100% do pedágio
sobre o tempo que falta para se aposentar pelas regras atuais.
·
Policiais
militares e bombeiros
·
Proposta do governo: a categoria teria as mesmas
regras das Forças Armadas, com 35 anos de contribuição, com contagem de tempo
no RGPS e possibilidade de policiais e bombeiros na reserva trabalharem em
atividades civis.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: policiais militares e
bombeiros continuam fora da reforma.
·
Judicialização
·
Proposta do governo: concentração na Justiça
Federal em Brasília de ações judiciais contra a reforma da Previdência.
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Proposta aprovada pela Câmara e no Senado: autorização, por meio de
lei federal, de julgamentos na Justiça estadual quando não houver vara federal
no domicílio do segurado.
·
Aposentadoria
de juízes
·
Proposta do governo: PEC não abordava o assunto.
·
Proposta aprovada na Câmara e no Senado: retirada da Constituição da
possibilidade de pena disciplinar de aposentadoria compulsória para juízes e
parágrafo que impede contagem de tempo de contribuição para juízes que não
contribuíram com a Previdência enquanto exerceram a advocacia.
·
Anistiados
políticos
·
Proposta do governo: anistiados passariam a
contribuir para a seguridade social nos mesmos termos da contribuição do
aposentado e pensionista do INSS.
·
Proposta aprovada pelo Senado: retira desconto da
contribuição para anistiados. Segundo relator, conceder tratamento
previdenciário a indenizações, com pagamento de tributos, motivaria ações
judiciais contra a reforma. Texto não precisa voltar à Câmara.
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Impacto fiscal da mudança no Senado:: -R$ 830 milhões em dez anos.
·
Benefício
universal para crianças
·
Proposta aprovada na Câmara e no Senado:: não trata do tema.
·
PEC paralela:: sugestão para criar benefício universal para
crianças em situação de pobreza.
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Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 10 bilhões em dez anos.
·
Medidas para aumentar a economia da reforma
·
Estados e
municípios
·
Proposta do governo: PEC valeria automaticamente
para servidores dos estados e dos municípios, sem necessidade de aprovação
pelos legislativos locais.
·
Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: retirada do tema. Todos os
pontos da reforma da Previdência precisarão ser aprovados pelos legislativos
locais
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PEC paralela: reinclusão dos estados e dos municípios na
reforma da Previdência. Governos locais podem adotar integralmente novas regras
mediante aprovação de lei ordinária. Caso estado aprove reforma, adoção para
municípios do estado será automática, mas prefeito poderá aprovar lei em até um
ano para desfazer as mudanças.
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Impacto da PEC paralela: +R$ 350 bilhões de economia
nos governos locais nos próximos dez anos.
·
Aposentadorias
e pensões acima do teto
·
Proposta aprovada pela Câmara: retirada de trecho da
Constituição que permite contribuição sobre aposentadorias e pensões acima do
teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), R$ 5.839,45 em valores
atuais.
·
Proposta aprovada pelo Senado: contribuições vão incidir sobre
aposentadorias e pensões que superem o teto do INSS. Por se tratar de
supressão, texto não volta para a Câmara.
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Impacto fiscal da mudança no Senado: não divulgado, mas positivo.
·
Aposentadoria
de políticos
·
Proposta do governo aprovada pela Câmara: fim da aposentadoria
especial para futuros parlamentares – em nível federal, estadual e municipal.
Os eleitos a partir das eleições municipais de 2020 passarão para o Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS). Haverá uma regra de transição para
parlamentares atuais.
·
Proposta aprovada pelo Senado: esclarece que
ex-parlamentares que integram plano de aposentadoria dos congressistas
precisarão seguir a mesma regra de transição para os atuais congressistas:
idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, com pedágio de
30% sobre o tempo que falta hoje para a aposentadoria. Por se tratar de emenda
de redação, texto não precisa voltar à Câmara.
·
Impacto fiscal da mudança no Senado: não divulgado, mas
positivo.
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Trabalho
informal
·
Proposta do governo e aprovada pela Câmara: não trata sobre o tema.
·
Proposta aprovada pelo Senado: trabalhadores informais
terão direito a um sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquota
menor que as cobradas no INSS. Mudança pretende beneficiar microempreendedores
individuais (MEI). Por se tratar de emenda de redação, texto não precisa voltar
à Câmara.
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Impacto fiscal da mudança no Senado:: não especificado, mas, segundo
relator, deve ser positivo por ampliar a cobertura previdenciária.
·
Contribuições
extraordinárias
·
Proposta aprovada pela Câmara: contribuições extras dos
servidores públicos, aposentados e pensionistas sobre o valor dos benefícios
que superem um salário mínimo quando houver déficit atuarial (insuficiência de
recursos para aposentadorias futuras) dos regimes próprios.
·
Proposta aprovada pelo Senado: retira expressão “no âmbito da
União” para autorizar estados e municípios a instituir contribuição
extraordinária em caso de déficit atuarial, evitando interpretações de que
contribuição só poderia ser cobrada pela União. Texto não volta para a Câmara.
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Impacto fiscal da mudança no Senado: nenhum em nível federal,
impacto em nível local não divulgado, mas positivo.
·
Tributo
para bancos
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Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
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Proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado: Câmara incluiu aumento, de
15% para 20% da alíquota de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
para bancos médios e grandes. As demais instituições financeiras continuarão a
pagar 15% de CSLL. B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo) continuará pagando
9%.
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Impacto fiscal da mudança na Câmara: +R$ 50 bilhões em dez anos.
·
Fim de
isenção para exportadores rurais
·
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
·
Proposta aprovada pela Câmara: Comissão especial tentou
acabar com isenção da contribuição previdenciária de 2,6% sobre a
comercialização da produção agrícola de exportadores rurais. Mudança renderia
R$ 83,9 bilhões em uma década. Medida foi derrubada ainda na comissão, antes de
ir para o Plenário.
·
PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança gradual,
em cinco anos, de contribuições previdenciárias do agronegócio exportador.
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Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 60 bilhões em dez anos.
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Fim de
isenção para entidades filantrópicas
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Proposta do governo e aprovada pela Câmara: PEC não abordava assunto.
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PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança gradual,
em cinco anos, de contribuições previdenciárias de entidades educacionais ou de
saúde enquadradas como filantrópicas, mas com capacidade financeira. Entidades
de assistência e santas casas de misericórdia continuariam com isenção.
·
Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 60 bilhões em dez anos.
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Nova
contribuição no Simples Nacional
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Proposta do governo e aprovada pela Câmara: PEC não abordava assunto.
·
PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança no Simples
para incentivar micro e pequenas empresas a investir em prevenção de acidentes
de trabalho e proteção do trabalhador contra exposição a agentes nocivos.
·
Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 35 bilhões em dez anos.
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